28 de out. de 2025
Reabilitação total: implantes + prótese fixa com foco em estética e mastigação
Em reabilitações orais totais, a meta é devolver mastigação eficiente, estética natural e conforto com prótese fixa sobre implantes. O caminho mais previsível nasce de um planejamento multidisciplinar e de um cronograma por fases que integre cirurgia, prótese e expectativas realistas.
1) Avaliação e planejamento multidisciplinar
Diagnóstico 3D: CBCT (tomografia) para avaliar altura/espessura óssea e estruturas nobres; scanner intraoral para o registro protético.
Plano protético primeiro (“de fora para dentro”): definição de dimensão vertical (DV), linha do sorriso, suporte labial e corredor bucal com mockup/try-in.
Decisão do arco: número de implantes (p.ex., All-on-4/6 ou distribuição convencional) segundo volume ósseo, qualidade (D1–D4) e fatores sistêmicos.
2) Cronograma por fases (exemplo prático)
Fase 1 – Preparação: extrações estratégicas, condicionamento tecidual, controle de doença periodontal, ajustes de DV com provisórios removíveis quando necessário.
Fase 2 – Cirurgia + provisório: instalação de implantes guiada por guia cirúrgico; provisório parafusado imediato quando houver estabilidade primária (torque/ISQ compatíveis).
Fase 3 – Condicionamento funcional/estético: ajustes de fonética, linha média, corredor bucal e plano oclusal no provisório; registro da DV e do esquema oclusal (canina/protética balanceada).
Fase 4 – Definitiva CAD/CAM: prova de barra/estrutura, passividade (teste do parafuso único), prova estética/funcional e entrega da prótese fixa parafusada.
Fase 5 – Manutenção: revisões de 3–6 meses com polimento, checagem de parafusos/torque, radiografia comparativa e controle de oclusão (placa noturna em bruxismo).
3) Integração prótese/implante: o que define sucesso
Passividade e distribuição de cargas: desenho da estrutura (titânio usinado, cobalto-cromo sinterizado ou barra Ti + cerâmica/zircônia/PMMA-fresado) visando rigidez sem excesso de peso.
Emergência e higiene: perfis de emergência que permitam escovas interdentais/irrigador; cantos arredondados para reduzir retenção de biofilme.
Escolha do esquema oclusal: contatos estáveis em MIH, excursões controladas e alívio de cantilever para proteger parafusos/implantes.
Estética branca/rosa: quando há perda volumétrica, integrar “pink esthetics” (gengiva protética) com transições naturais e proporção dente-gengiva harmoniosa.

4) Materiais e provas
Estruturas: barra de titânio usinada (leve e estável) ou Co-Cr; revestimento com zircônia multicamada (estética/rigidez) ou PMMA high-performance (absorção de impacto; útil como provisório longo).
Provas: passividade (parafuso único e radiografia), prova estética (cor/valor/translucidez), teste de fonética (“F/V/S”) e validação de DV.
Fixação: preferência por próteses parafusadas (controle de cimento e retratabilidade).
5) Expectativas realistas e conforto
Tempo de tratamento varia com estabilidade primária e necessidades de enxertia/condicionamento.
Carga imediata traz sociabilidade e fonética precoces, mas requer oclusão protegida e dieta macia inicial.
Educação: higiene dirigida (escovas interdentais, superfloss, irrigador), comparecimento ao recall e cuidados com hábitos parafuncionais.
Conclusão
Reabilitar totalmente com prótese fixa sobre implantes exige que a prótese guie a cirurgia e que o cronograma respeite biologia, biomecânica e estética. Com CBCT + scanner, provisório funcional e definitiva CAD/CAM passiva, alcançamos mastigação eficiente, estética previsível e qualidade de vida sustentada por manutenção periódica.



