21 de out. de 2025

Carga imediata x carga tardia: quando cada estratégia é indicada

Carga imediata Exemplo
Carga imediata Exemplo

Em implantodontia, “carga imediata” (instalar um provisório em até 24 h) e “carga tardia” (prótese após osseointegração) são estratégias válidas — desde que os critérios do caso sejam respeitados. A escolha impacta tempo de tratamento, risco/benefício e previsibilidade protética.

1) Estabilidade primária: o critério-chave

A decisão começa pela estabilidade primária do implante:

  • Torque de inserção adequado (ex.: 35–45 N·cm, a depender do sistema/protocolo).

  • ISQ (Resonance Frequency Analysis) compatível com função imediata, quando mensurado.
    Sem esses parâmetros, a conduta prudente é não carregar imediatamente.

2) Qualidade/volume ósseo e biologia dos tecidos

  • Qualidade óssea (D1–D4) e espessura vestibular influenciam torque/ISQ e risco de remodelação.

  • Defeitos ou espessura insuficiente pedem GBR/enxertos e, muitas vezes, carga tardia para previsibilidade.

  • Biotipo gengival fino e áreas estéticas podem exigir condicionamento tecidual antes da definitiva.

3) Perfil do caso e expectativas

  • Região anterior com demanda estética alta → pode receber provisório imediato se estabilidade e tecido permitirem, preservando arquitetura gengival.

  • Bruxismo severo, parafunções sem controle, infecção ativa ou higiene comprometida → favorecem carga tardia.

  • Alinhamento de expectativas: carga imediata não significa mastigar forte no mesmo dia.

4) Planejamento digital e guia cirúrgico

CBCT + scanner intraoral permitem planejar “de fora para dentro” (posição do implante guiada pela futura coroa) e confeccionar guia cirúrgico para posição, ângulo e profundidade. Isso reduz desvios e aumenta a previsibilidade protética, especialmente em função imediata.

Carga Imediata

5) Risco/benefício e tomada de decisão

  • Carga imediata: benefício em tempo e sociabilidade (estética e fonética precoces) × maior sensibilidade a erros de estabilidade/oclusão.

  • Carga tardia: maior margem biológica e controle de variáveis × tempo total maior.
    Escolha compartilhada com o paciente, documentando critérios e oclusão protegida no provisório quando imediata.

6) Fluxo clínico comparado (resumo)

Imediata: instalação → verifica torque/ISQ → provisório com contatos aliviados → dieta macia 6–8 sem → definitiva após integração.
Tardia: instalação → cicatrização sem carga → condicionamento (provisório) → definitiva com oclusão plena.

7) Pós-operatório e manutenção

Independente da estratégia: controle de biofilme, revisões precoces para checar parafusos/torque, oclusão e higiene. Placa de proteção quando houver bruxismo.

Conclusão

Carga imediata e carga tardia são corretas em contextos diferentes. Se há estabilidade primária, anatomia favorável e oclusão controlada, a imediata encurta o tratamento sem sacrificar segurança. Na ausência desses critérios — ou quando o risco biológico é alto —, a tardia oferece previsibilidade superior. Em ambos os caminhos, planejamento digital, guia cirúrgico e decisão compartilhada sustentam resultados consistentes.

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Referências (ABNT)

  1. MORTON, D. et al. The loading protocols for dental implants: updated consensus statements. Clin Oral Implants Res, 2018.

  2. GALLUCCI, G. O. et al. Single‐tooth and full-arch implant restorations: ITI treatment guides and consensus. Clin Oral Implants Res, 2018.

  3. ESPOSITO, M. et al. Immediate, early vs. conventional loading of implants: systematic review. Cochrane Database Syst Rev, 2013 (atualizações subsequentes).

  4. GRANDI, T. et al. Immediate vs. conventional loading for single and multiple implants: meta-analysis. J Oral Maxillofac Surg, 2019.

  5. CHRCANOVIC, B. R. et al. Immediate loading of implants: factors influencing outcomes. Int J Oral Maxillofac Surg, 2015.